COMO ESTUDAR
Os trabalhos de casa têm uma enorme importância no progresso das crianças.
Para muitos psicólogos e pedagogos 80% dos conflitos familiares estão
relacionados com os trabalhos de casa. Eles representam uma enorme tensão nas
relações familiares. Os trabalhos de casa nunca tiveram tanta importância na
educação dos seus filhos. Na realidade, as pesquisas efectuadas demonstram
que, quando são cuidadosamente marca dos e classificados, têm muita influência
no sucesso escolar da criança, mais ainda que outros factores como o
rendimento familiar, a classe socioeconómica ou os antecedentes educacionais.
Mas os trabalhos de casa também têm valor por outros motivos. Desenvolvem
a capacidade de autodisciplina e de autonomia, cultivam bons hábitos de estudo
e fomentam a iniciativa. O trabalho de casa também pode ser o «grande
equalizador». O seu filho pode equiparar-se a um colega ou mesmo
ultrapassá-lo, bastando para tal estudar mais em casa.
Pode-se ainda referir que hábitos correctos relativamente ao trabalho de
casa promovem relações familiares mais harmoniosas. «As crianças gostam de
saber aquilo que se espera delas. Se estabelecer um programa de realização dos
trabalhos e um conjunto bem definido de regras a cumprir diariamente, acabam-se
as guerras com os trabalhos de casa. Os educadores salientam que o papel dos
pais é fundamental. O lar é o ponto crucial do sucesso de uma criança. Aqui
ficam algumas sugestões para facilitar a tarefa e torná-la mais produtiva:
Começar no primeiro dia.
A maior dádiva que um pai pode fazer a um filho consiste em mostrar-lhe a
importância da aprendizagem e que há regras acerca disso. Mesmo se o seu filho
andar apenas no infantário, dedique 10 a 20 minutos por dia para lhe ler ou
conversar com ele acerca das actividades do dia que passou. O seu interesse
pela sua educação fica assim bem patente e demonstra que a educação também se
faz em casa.
Não lhe chame a hora dos trabalhos de casa porque assim eles podem
responder-lhe: «Mas eu não tenho trabalhos para fazer hoje!», ou «Já os fiz na
escola». Chame-lhe tempo de estudo ou hora do sossego. Faça-lhes ver com
firmeza que há sempre trabalhos a fazer - ler, escrever cartas, organizar
apontamentos ou preparar o dia seguinte. Mostre-lhes que o trabalho feito em
casa é tão importante na educação como o que é feito na escola.
Não se preocupe com o local ideal para
estudar.
Para certas crianças é necessária uma secretária bem iluminada no seu
quarto, com todo o papel, lápis e livros necessários. Mas qualquer local calmo
serve, desde que esteja longe das distracções caseiras, principalmente da
televisão. Há crianças que detestam ser mandadas para o quarto. Para elas, o
melhor será usarem a mesa da cozinha. Uma superfície plana e uma cadeira
robusta mas confortável são importantes para o trabalho escrito e também
reduzem a fadiga e o esforço visual. No entanto, depois de passar o dia sentada
nas cadeiras da escola, a criança pode preferir ler na cama.
Estabeleça uma rotina diária.
O período de estudo deve ser rigorosa mente cumprido, mas não é obrigatória
a observância do mesmo horário de segunda a sexta. Pode-se fazer um horário em
que são incluídas as aulas de música, os jogos de futebol, o escutismo e até os
programas de televisão favoritos. Mas o período de estudo deverá ter a mesma
duração mínima todas as noites, independentemente do volume de trabalho
existente. Assim já não há desculpas para «esquecimentos» do trabalho de casa
ou para o «Pepe rápido», que faz tudo ao sprint e aparece passados cinco
minutos a dizer «Já fiz tudo!», esteja mal ou bem feito. E quando o estudo
começa, não deve ser interrompido - não há cá guloseimas, nem televisão, nem
telefonemas para os amigos.
Dê apoio, não ensine.
Um objectivo importante do trabalho de casa consiste em informar o
professor relativamente à com preensão que o aluno teve da matéria dada na
aula. Se forem os pais a fazer o trabalho, o professor ficará informado do que
eles sabem, e não do que sabe o aluno. Além disso, as «ajudas» contrariam o
objectivo de desenvolver a autonomia da criança.
Tal não significa que seja adopta da uma atitude de total alheamento
durante o tempo de estudo. Talvez seja necessário acompanhar de perto uma
criança muito jovem para a orientar, ensinar ou ter a certeza de que compreende
a tarefa pretendida. Com as crianças mais velhas poderá ajudar nos exercícios,
na memorização ou na soletração. Também pode consolidar as lições. Se o seu
filho estiver a estudar fracções, vá fazer bolinhos de chocolate e ajude-o a
descobrir como se multiplicam três quartos de uma chávena de farinha por dois.
Faça um registo dos trabalhos de casa.
Peça ao seu filho para registar num bloco as tarefas diárias e para lhas
mostrar. Peça ao professor para verificar se ele registou cada uma delas. Verifique
a lista com o seu filho antes de dar início ao período de estudo diário. Um
registo do trabalho diário não serve apenas para definir o que há a fazer, mas
também para eliminar eventuais perdas de tempo com telefonemas aos colegas
para obter essas informações. Além disso, evita desculpas do género «Deixei a
lista dos deveres na escola».
Depois de terminado, verifique se o trabalho está completo. Há professores
que preferem que os pais datem e assinem os trabalhos. Se o seu filho não tiver
trabalho para casa, pergunte à professora porquê. Se o trabalho lhe parecer
demasiado (ou se o seu filho se queixar de uma sobrecarga), também deve falar
com a professora. Se a escola não tiver uma política em relação aos trabalhos
de casa, fale com a Associação de País e com os professores para que seja
definida uma.
Dê o exemplo. ++’’~~,,..~~««------_----
Se não quer que o seu filho se instale à frente da televisão em vez de
estudar, não se ponha a ver a telenovela na hora em que quer que ele estude.
Para provar que toda a gente tem uma tarefa a cumprir, aproveite o período de
estudo para ler, escrever cartas ou fazer contas. Poderá inclusivamente dizer:
"Vamos lá então aos nossos trabalhos de casa.»
Se lhes mostrar que gosta de ler, os seus filhos também gostarão de o
fazer; prove-lhes que a família dá importância à matemática e eles passarão
também a considerá-la importante. Lembre-se de que não é forçoso que os pais saibam tudo. Alguns
pais afastam-se dos trabalhos de casa porque não se sentem aptos a resolver
problemas de álgebra ou a discutir as peças de Shakespeare. Mas essa é a função
do professor. A sua tarefa consiste em dar apoio e em realçar o valor dos
trabalhos de casa. Poderá assim ajudar o seu filho a ser mais responsável e
confiante.
As
cábulas do bom estudante
Nem sempre são os mais inteligentes, mas sabem trabalhar melhor. Vejamos
como. Todos conhecemos bons alunos. Têm boas notas, é certo, mas à custa de
serem «marrões», com os narizes sempre enfiados nos livros. São uma nulidade no
desporto e desajeitados no que se refere ao sexo oposto. Os alunos com um alto
coeficiente de inteligência às vezes não se saem tão bem como os seus colegas
de QI mais baixo. Para eles, aprender é demasiado fácil e por isso nunca
descobrem como esforçar-se um pouco mais.
Trabalho árduo também não resolve tudo. De facto, alguns desses estudantes
até acabam por passar menos horas a estudar do que os seus colegas que têm
notas mais baixas. Os garotos que são os melhores da turma chegam a essa
posição dominando algumas técnicas básicas que os outros podem aprender facilmente.
Aqui, segundo afirmam especialistas de educação e os próprios estudantes,
residem os segredos dos bons alunos.
1. Estabelece prioridades.
Os melhores alunos não consentem intrusões durante o tempo de estudo. Uma
vez os livros abertos ou o computador ligado, não atendem telefone, não vêem
televisão e não querem saber de lanches. O estudo é a sério e precede o
prazer.
2. Estuda em qualquer lado.
Para muitos dos alunos, os tempos de estudo estavam apenas sujeitos às
preferências pessoais de cada um. Alguns traalham até tarde, de noite, quando a
casa está sossegada. Outros acordam cedo. Outros ainda estudam assim que
chegam a casa da escola, quando ainda têm a matéria fresca na cabeça. Contudo,
muitos alunos concordam que é necessário persistir.
3. Organiza-te.
Arquiva imediatamente o trabalho de casa do dia em pastas com separadores
de cores diferentes para cada disciplina, de forma a tê-los sempre à mão para
revisões na altura dos exames. Mesmo os estudantes que não têm um local de
estudo só para si não prescindem da organização. Uma mochila ou uma gaveta
servem para manter no mesmo sítio os materiais essenciais e evitam perder tempo
à procura das coisas.
4. Aprende a ler.
Para muitos alunos as aulas melhores que já tiveram foram as de leitura
rápida. Não só aumentam o número de palavras por minuto, como também aprendem
a ler em primeiro lugar o índice, os gráficos e as fotografias dos livros.
Depois, quando começam a ler, já têm uma ideia geral do assunto e fixam muito
melhor. O segredo de uma boa leitura é ser um leitor activo, sempre a colocar
questões que conduzem a uma compreensão global da mensagem do autor.
5. Programa o teu tempo.
Quando um dos professores marca um trabalho extenso, cria um horário,
dividindo o projecto em porções pequenas, de forma a não parecer excessivo.
Primeiro investiga e faz um esboço do trabalho, depois tenta redigi-lo de uma
só vez durante um fim-de-semana Claro, até os melhores estudantes deixam às
vezes os seus deveres para mais tarde. Mas quando isso acontece, recuperam.
6. Tira bons apontamentos e serve-te
deles.
Os melhores alunos também tomam apontamentos enquanto estudam a matéria
indicada pelo professor. Pouco antes de a campainha tocar, a maior parte dos
estudantes fecha os livros, arruma os papéis, segreda com os amigos e
prepara-se para sair a correr. Usa esses poucos minutos para escrever um
sumário de duas ou três frases acerca dos pontos principais da lição, que
deverás voltar a consultar momentos antes da aula do dia seguinte.
7. Passa tudo a limpo.
Os papéis bem apresentados têm mais hipótese de serem bem classificados do
que os pouco cuidados. O aluno que entrega uma prova passada a limpo está já a
candidatar-se a uma boa nota. É como quando nos servem um hamburger: mesmo que
seja excelente, não acreditamos que nos saiba bem se for apresentado num prato
sujo.
8. Manifesta-te.
Se não compreenderes o que o teu professor está a explicar, pede-lhe que
repita No entanto, a participação na aula é mais do que simplesmente fazer
perguntas. É uma questão de manifestar curiosidade intelectual. Não decores
informação só para os testes. As melhores notas são resultado de uma melhor
compreensão.
9. Estuda em grupo.
O valor do estudo em conjunto já foi demonstrado por diversas
experiências. Por exemplo, numa determinada turma na disciplina de Matemática
um grupo de alunos, em média, conseguiam resultados melhores do que os
restantes estudantes com antecedentes académicos semelhantes. Este grupo de
alunos discutia sempre, em conjunto, os problemas dos trabalhos de casa;
tentavam abordagens diferentes e explicavam as suas soluções uns aos outros. Em
contrapartida, os restantes alunos que estudavam sozinhos, passavam a maior
parte do tempo a ler e reler o texto e tentavam sempre a mesma abordagem.
10. Põe-te à prova.
Ao estudares em casa, se não conseguires responder satisfatoriamente a uma
questão, volta atrás e revê a matéria. Os estudantes que elaboram possíveis
perguntas de testes muitas vezes vão encontrar essas mesmas perguntas no exame
real e assim conseguem melhores notas.
11. Faz mais do que te pediram.
Se o professor de Matemática te marcar cinco problemas faz 10. Se o
professor de História te marcar oito páginas para ler lê 12. Uma parte da aprendizagem
é o praticar . E quanto mais se pratica, mais se aprende.
O papel dos pais:
O «segredo» mais importante dos bons alunos não é assim tão secreto. Para
quase todos, o contributo dos pais é decisivo. Desde a infância, os pais devem
incutir nos seus filhos um grande amor pelo conhecimento. Devem criar as
expectativas indispensáveis em relação aos filhos e fazer-lhes corresponder a
elas. Devem encorajar os filhos e filhas nos estudos, mas não fazer o trabalho
por eles. Em resumo, se os pais transmitirem aos filhos lições de
responsabilidade, estes decerto corresponderão na perfeição.
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SOBRE O AUTOR
Alguém que vive de maneira a nunca se envergonhar se ao mundo for divulgado
o que faz ou o que diz, mesmo que o divulgado não seja verdade. A minha única
obrigação em qualquer momento da minha vida é ser fiel a mim próprio. Vivo
todos os momentos da vida sem necessitar de muralhas! Essas não nos protegem,
isolam-nos.
Muito bem. Uma boa forma de ajudar os professores.
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